História do Zezé

História do Zezé

 

História do Zezé

 

Nome que lhe chamavam os colegas e camaradas da aldeia aonde ele vivia, uma aldeia pobre as casas não tinha luz eléctrica nem quarto de banho a agua ia-se buscar a fonte, as mulheres traziam a agua em jarras e selhas, o Zézé  sempre viveu neste ambiente de pobreza onde cedo sentiu uma sensibilidade e uma revolta de injustiça na sociedade Portuguesa nos  anos quarenta e cinquenta.

A era de Salazar e Carmona, mocidade Portuguesa, igreja e alguns autocratas faziam as leis novas em Portugal.

Muito cedo o Zezé viu que afinal a diferença entre os pobres e o mais afortunados era só na maneira de se alimentar e quase nada mais.

Portugal era um País pobre em muitos domínios, a grande riqueza dos séculos dos descobrimentos tinham-se fundido nas mais profundas recordações e sonhos do passado.

Mas quando nascemos num regime que têm mais de 30 anos de ditadura, todas as misérias da existência se sentem como uma riqueza nobre e o hábito se instala.

Como fugir de um sistema, quando não se conhece outra coisa que aquela que os nossos próprios olhos vêm é come uma inteligência subjacente que nos recusa de ver a verdade.

Durante a sua vida o Zezé vai viver com uma sede de se cultivar em todas os domínios, para compensar a falta de estudos em que foi privado.

Viviamos ainda como na época medieva,l mas que alegria e felicidade de toda este Povo! Numa alegria que se fundia na falta de desconhecimentos em que estavam privados.

Quando passava um carro na estrada todos as crianças corriam para ver passar os automóveis, que eram raros. A estrada era tão má que os carros passavam a cerca de 20 km à hora.

Vivia-se numa terra sem interesse para os políticos da época! A casa de saúde e colégio com uma construção banal tinham poucos anos.

Os residentes trabalhavam no campo ou nas minas do Pejão, que fica cerca de 30 km de Bairros, os trabalhadores partiam a pé de madrugada, eram acordados por um bosão de um dos mineiros, os ordenados na lavoura eram de sol a sol cerca de 7.50 Escudos por dia.

Um pão custava 4 cêntimos, um litro de vinho verde tinto ou branco 2.00 escudos.

Os cigarros se vendiam ao retalho. O sabão era vendido ao peso, o café era vendido a 50 e 100 gramas.

A população morria muito cedo à causa do pó da mina (selénio) o Zézé viu muitos morrer com dificuldades de respirar. o concelho inteiro cheirava a morte, cada dia seja nos acidentes da mina, doenças provocadas pela mina ou acidentes das serrações, que não tinham uma segurança ideal, as pessoas que estavam na frente das decisões não tinham formação para reagirá.

Na aldeia, o passa tempo da juventude era jogar ao pião ou andar de muletas e de arco, jogar a bola descalços e hóquei em campo os mais velhos jogavam ao pino (malha), cartas jogo de suéca.

A sociedade portuguesa era uma sociedade de servidores e com pouco nível de competências lugares e postos de trabalho era dado por favores, era raro ver uma pessoa em relação ao posto.

Era um País de títulos ; (professores, professoras a maioria eram regentes etc.)

Os estudantes eram todos Doutores no primeiro ano de Universidade. Os exames e os cursos se faziam por cadeiras, de qualquer maneira eram todos formados às prestações. (com o tempo)

O começo de uma revolta de injustiça social começa para o jovem rapaz muito cedo. tudo era inventado para valorizar a imagem dos servidores e subestimar a classe trabalhadora que não tinham  sequer acesso a uma aprendizagem organizada e estudada. O povo sofria de cultura profissional e o verdadeiro valor dos trabalhadores era sempre visto ao barato a uma qualidade de vida pobre. Num regime que fazia uma dieta cerebral a todos.

Os Pobres e  desfilavam nas aldeias, vilas e cidades eram tantos que nem aqueles que tinham sorte de não precisar mendigar não sabiam se pertenciam ao clube também.

As escolas e igrejas distribuíam alimentação, as igrejas estavam sempre cheias, porque os Padres tinham muito que dizer nesta época, mas tornavam-se impotentes para modificar o futuro do povo, mas quando não queriam ser impotentes casavam-se e deixavam de ser Padres como o padre da aldeia, uma história para contar mais tarde.  Nestas condições havia sempre uma população que explorava a outra, estes após a revolução do 25 de Abril 1974 tornaram também os novos democratas. Em Portugal nos anos 50 não havia um regime único mas havia os únicos do regime e os outros. Na aldeia as casas eram construídas de pedras e terra vermelha (barro) pintadas e caiadas a branco não tinha retretes (sanitas) eram na maioria fora de casa, cada casa tinha um quinteiro, as necessidades se faziam na maioria no penico e depois deitavam ao quinteiro. Hoje diríamos que era uma verdadeira composta.

A vida é o caminho desconhecido
que o homem descobre lentamente
com as suas alegrias e tristezas!